CONDOMÍNIOS VERDES
Texto escrito pela bióloga Ana Maria Vasques.
Hoje em dia há muito marketing com relação aos condomínios verdes que apenas plantam árvores ou tem alguma outra ação não concreta de preservação do meio ambiente.
A definição é outra, a busca é colaborar com o meio ambiente e reduzir custos operacionais. Edifícios com certificação “verde” são aqueles que buscam boas práticas de preservação do meio ambiente.
O cenário aponta para um comportamento raro, quando os interesses econômicos se unem aos ambientais. Isso porque, apesar de o custo da construção ser de 1% a 7% mais caro, em média, a valorização estimada na revenda é de 10% a 20%, além de o investimento proporcionar até 30% de redução no valor do condomínio e diminuição média de 9% no custo de operação durante toda a vida útil, de acordo o Green Building Council Brasil (GBC Brasil), que orienta a respeito do selo Leed- Leadership in Energy na Enviromental Design (sigla em inglês para Liderança em Design em Energia e Meio Ambiente) no país.
Entre os empreendimentos há edifícios comerciais, residenciais, industriais e de varejo. Até os estádios da Copa estão registrados para a certificação Leed, tanto nas novas construções quanto nas reformas, de acordo com o GBC.
Grande parte do crescimento do setor pode ser explicada pelo maior conhecimento das pessoas a respeito do conceito de construção sustentável. Toda vez que se fala em sustentabilidade, fala-se da busca em equilibrar o social, o econômico e o ambiental.
O selo garante que o empreendimento adota medidas sustentáveis, que podem significar a redução de até 80% os resíduos sólidos (lixo, papel, etc.), 50% do uso de água potável, 30% no uso de energia elétrica, 33% a 39% a emissão de CO2.
Para que essas economias aconteçam, contudo, há muitos requisitos tanto na obra como no dia a dia:
– aproveitamento da água de chuva;
– aproveitamento da energia solar e luminosidade interna;
– economia no uso de recursos durante as obras;
– espaço interior bem planejado;
– tratamento e reuso de águas residuárias;
– coleta seletiva e destinação adequada do lixo;
– confortos térmico, visual, acústico, olfativo;
– canteiro de obras com mínimo impacto ambiental, entre muitos outros aspectos.
Para o comprador, os benefícios são diretos: menores custos de taxa de condomínio, de conservação e manutenção, melhores condições de conforto e estética e, por fim, maior valor patrimonial ao longo do tempo. Isto mostra que o meio ambiente pode ser cuidado sem prejuízo financeiro.
O processo de certificação em uma nova construção costuma demorar um ano e meio em média. Um prédio antigo que faz uma reforma para se tornar “verde”, o processo para conseguir o título pode demorar dois anos.
No ranking mundial do número de empreendimentos registrados em busca da certificação, o Brasil aparece em quarto lugar, atrás dos Estados Unidos (38.940), China (com 807) e Emirados Árabes Unidos (758).
As economias geradas tornam o selo cada vez mais atrativo às empresas, sem contar a contrapartida que é aliar a marca a uma imagem de preocupação ecológica.