BALL Horticultural do Brasil
Autoria do Projeto Arquitetônico e Paisagístico: Arquiteto Paulo Trigo
Colaboração: Arquiteta Rebeca Fachini (renderização e desenho executivo), Designer de Interiores Ruben Ajalla (representação artística)
Arquitetos Mateus Rosada e Alexandre Rocha (consultoria em arquitetura colonial)
Eng. Agrônomo Harri Lorenzi (especificação das espécies vegetais do estacionamento)
A encomenda do projeto para a nova sede da BALL Horticultural do Brasil, em Holambra-SP, veio com um pedido bastante atípico: construir uma edificação que remeta claramente às casas de fazenda do período colonial paulista. O desafio foi enorme, primeiramente para entender a aceitar a proposta de tentar recriar uma arquitetura tão marcante e recorrente em nossa memória. Depois, para dosar o delicado controle entre o que seria edificado com as técnicas atuais, e o que seria recriado à moda antiga. Por fim, após uma longa fase de pesquisa, com visitas à Fazendas históricas e orientação de arquitetos especialistas em arquitetura colonial, como nosso colega de graduação no IAU-USP Mateus Rosada e o grande amigo e ex-professor Alexandre Rocha, foi possível conceber o conjunto de prédios respeitando a devida proporção e principais características da arquitetura colonial, como desenho das esquadrias e ornamentos de fachada.
Com o apelo estilístico exigido pelos clientes atendido, passamos para a estruturação dos prédios de forma à atender ao programa de necessidades: O escritório comercial, com recepção, estar, salas de reuniões, área administrativa, central de vendas, sanitários e área de visitação aberta ao público foi alocado no piso superior; enquanto toda a parte técnica e um grande salão para eventos corporativos ocupou o pavimento térreo. Assim, no corpo principal do que seria a Casa Sede está todo o aparato para o escritório comercial. Isso feito, faltava organizar a parte operacional, com câmaras frias para armazenamento de sementes e mudas, expedição, docas e a parte de convívio, com sanitários, cozinha e refeitório. Para tal, criamos um pavilhão longitudinal ao qual demos o nome de “Tulha”, fazendo clara alusão às estruturas de guarda de grãos do período colonial e que aqui, não diferente, irá armazenar as preciosas mudas e sementes produzidas pela BALL.
Todo o paisagismo de entorno, com lagos de plantas aquáticas, palmeiras imperiais e árvores nativas das mais simbólicas (como Jequitibá Rosa e Pau-Brasil, entre outras), foi concebido conjuntamente com o projeto arquitetônico, num esforço de que esta área venha a se tornar um conjunto natural, mas fazendo uso da vegetação como balizador da arquitetura, criando linhas e alamedas. A área de estacionamento e manobra, com mais de 3mil m², não poderia ser desconsiderada da proposta paisagística. Primeiramente, optamos por cobrir o solo da maneira mais natural possível, com cascalho ou piso intertravado, permitindo a percolação da água da chuva. Mas a extensa área ainda incomodava por sua aridez. Então, propusemos criar um estacionamento-bosque, usando árvores para demarcar cada uma das vagas: duas no início, duas no final. Desta forma, o espaço destinado para cada automóvel foi aumentado, e o resultado foi a criação de um grande parque utilizando mais de 40 espécies de árvores nativas, escolhidas à dedo pelo grande Harri Lorenzi, fundador do Jardim Botânico Plantarum e autor dos célebres livros “Árvores Brasileiras”, dentre muitos outros.
ANDAMENTO DA OBRA: