A proposta era desenvolver um shopping para atender turistas e também a população de Caraguatatuba e das cidades vizinhas no litoral norte de São Paulo.
O primeiro aspecto considerado foi a localização, pois se trata de uma cidade litorânea, de um terreno situado numa região ainda não muito desenvolvida da cidade, com frente para uma via de grande fluxo e a 20 metros do mar.
Alguns aspectos do entorno foram analisados, como a presença de um córrego, o sentido dos ventos predominantes e as possíveis interferências futuras, como a ampliação da Rodovia dos Tamoios, estrada que liga a cidade a São Paulo.
A inspiração foi uma conseqüência natural do local, junto com experiências bem sucedidas de shopping que conhecemos. Criamos um conceito de espaço aberto e integrado com a natureza, negando o conceito de shopping fechado. A opção por um shopping térreo mais aberto, com pátios internos arborizados, foi desenvolvida a fim de salientar o clima praiano. Os blocos das lojas foram implantados de forma irregular e angulada, soltos uns dos outros a fim de permitir uma ventilação natural e possibilitando uma circulação dinâmica. Mantendo o partido do projeto trabalhamos a volumetria dos blocos das lojas com o mesmo desenho angulado. Essa forma simples e expressiva garantiu uma forte personalidade à arquitetura, chamando atenção de todos que passam pela frente.
Para privilegiar a vista panorâmica da Serra da Mantiqueira, a praça de alimentação é aberta para fora do shopping, composta por uma área fechada com vidros transparentes e climatizada, e um deck externo que permite um espaço de contemplação agradável para as montanhas, e também para um córrego. Os revestimentos dos blocos são simples, com massa especial texturizada e os detalhes revestidos com chapa metálica ondulada marrom.
Optamos por uma não climatização dos corredores, somente ventiladores mecânicos para potencializar a circulação do ar. As únicas áreas climatizadas são a praça de alimentação e as lojas. Utilizamos brises de bambu para sombrear e proteger melhor as áreas de circulação. A cor amarelada do bambu, junto com os tons de madeira encontrados nas praças internas foram inseridos para se ter um ambiente mais aconchegante, em composição a predominância dos tons claros do shopping.
O Serramar Parque Shopping tem aproximadamente 20,3 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL), com 100 lojas, entre âncoras, megalojas e lojas satélites (comércios menores), além de um hipermercado, homecenter, praça de alimentação com redes de fast food e restaurantes, quatro salas de cinema e 1000 vagas para estacionamento.
Pedro Rivera:
Você projetou um museu no Rio de Janeiro sobre o amanhã. Como imagina o futuro da arquitetura e da humanidade?
Santiago Calatrava:
A profissão do arquiteto é muito voltada para o futuro, paramos de trabalhar no momento em que o futuro do edifício começa. Somos responsáveis por todo o processo até a construção terminar. É interessante olhar assim, todo esforço é voltado para o momento em que o futuro do edifício se inicia. Isso em nossa cultura ocidental, talvez não em outras culturas. Temos o sentido de firmitas – que significa também perenidade, durabilidade. Veja as obras dos romanos, algumas ainda são utilizadas, com 2000 anos e funcionando. É interessante pensar que os romanos davam aos edifícios um senso de duração de 2.000 anos. Em outras culturas não é o mesmo, veja os japoneses. O zen budismo busca o efêmero, e constroem edifícios que sabem que em 30 anos vão reconstruí-lo. Utilizam materiais que não precisam resistir ao tempo: papel, madeira, palha. É um ponto de vista diferente. Posso resumir que a ideia de futuro em nossa cultura está implícita na própria ideia da profissão do arquiteto.
![]() |
Em construção no Pier Mauá, Museu do Amanhã integra o Projeto Porto Maravilha, de revitalização da zona portuária carioca |
Pedro Rivera:
Você tem fé no futuro da humanidade?
Santiago Calatrava:
Você faz as escadas corretas porque quer que as pessoas andem bem; faz as janelas baixas para que as crianças também possam olhar e não estejam em frente a uma barreira. Em nossa profissão está implícito um enorme senso de amor aos outros porque precisamos acreditar no futuro, porque acreditamos no homem.
Quem planta e cuida do seu canteiro, pátio ou jardim já ajuda ao meio ambiente. Mas pode fazer mais. Pode fazer um jardim 100% correto!
Quem dá as dicas é o agrônomo e paisagista Toni Backes.
Olha só a lista dele:
“DEZ MANDAMENTOS PARA CRIAR UM JARDIM ECOLÓGICO“
1 — RECRIE O AMBIENTE mais próximo do original (Faça um programa de necessidade da Natureza), mas evite coleta de plantas do ambiente natural;
2 — PLANTE DIVERSIDADE. Quanto mais plantas diferentes, mais chance de ter jardim atrativo para a fauna. Principalmente plante espécies nativas. Maneje também as plantas espontâneas / invasoras;
3 — Faça um JARDIM ESTÉTICO, MAS PRODUTIVO. Existem inúmeras espécies rústicas de usos medicinais e alimentares;
4 — EVITE GRAMADOS e uso de canteiros com FLORES ANUAIS. São os vegetais que mais requerem manutenção e só servem para a contemplação;
5 — Tenha LOCAL COM ÁGUA (vertente, açude, laguinho, recolhimento de água da chuva, etc.);
6 — MELHORE MICROCLIMA com uso de vegetação. Reduzindo ventos, altas temperaturas, baixa umidade, geadas, reflexão do sol;
7 — Tenha no jardim abrigo, água e alimentação para ATRAÇÃO DA FAUNA;
8 — Faça RECICLAGEM DE MATÉRIA ORGÂNICA, evite trazer terras do ambiente natural. Não tenha solo coberto, use sempre vegetação ou faça “mulches”. Não use agrotóxicos e adubos químicos;
9 — MIMETIZE E CLIMATIZE AS EDIFICAÇÕES com Telhados Vivos, trepadeiras, etc… Use pisos com SUPERFÍCIES DRENANTES e com materiais de BAIXA PEGADA ECOLÓGICA;
10 — NÃO TENHA PRESSA, o jardim não precisa ser feito todo de uma vez, deixe a natureza agir. Compreenda como funciona a SUCESSÃO NATURAL.
“Só se ama aquilo que se conhece a fundo” (Leonardo Da Vinci)”
Acesso à Catedral de Brasília:
Quando chegamos à Catedral, nos vemos obrigados a descer uma rampa. É a única maneira de se entrar.
Mesmo que fosse possível acessar em nível, descemos. Passamos por um túnel, escuro, baixo. Não é a sensação mais agradável este pequeno e estranho caminho.
Segundos depois nos damos conta do seu por quê: chegando por baixo, quando entramos de fato na Catedral, nossos olhos buscam imediatamente a luz vinda dos vitrais da cobertura, e se vê os anjos pendurados no teto.
É um momento quase mágico. Nossas pupilas adaptadas à escuridão levam alguns instantes para se regular à inundação de luz, e vemos os anjos meio desfocados, deve ser assim no Céu…
Chega a emocionar ver como uma solução arquitetônica traduz tão bem seu propósito de ser um lugar de fé.
A gente entra e busca o Céu, de onde vem toda a Luz.
© TETO - Arquitetura Sustentável | Home - Quem Somos - Portfólio - Serviços - Blog - Green News - Contato